Sedentarismo dificulta o processo de parar de fumar
Por Matheus Martins - 7º período
No dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, que foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data serve como alerta para as doenças e complicações que o cigarro pode trazer para os usuários.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem aproximadamente 21 milhões de fumantes, o que representa 12% da população. Cerca de 439 pessoas morrem por dia em decorrência do consumo do tabaco no país. Câncer de pulmão, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Diabetes e problemas cardíacos são exemplos de doenças que podem ser causadas pelo tabagismo.
Um dos principais objetivos da data é fazer com que mais pessoas se comprometam a tentar parar de fumar, processo complicado e que pode trazer diversas alterações no organismo, como destaca a Médica Carolina Nunes, colaboradora do projeto “Tabagismo em Pauta”:
“Ao pensar em abandonar o tabagismo, o paciente irá se defrontar com emoções positivas e negativas, o que chamamos de ambivalência do fumante. Abandonar o tabagismo pode ser visto como uma perda, um luto. Com a cessação abrupta, o paciente pode experienciar a síndrome da abstinência, a qual traz inquietação, alterações no sono, ansiedade, irritabilidade, dor de cabeça e tontura”, destacou a médica.
Projeto fala sobre a importância da luta contra o tabaco (Foto: Reprodução Instagram @tabagismoempauta) |
Carolina também frisou que cada paciente deve identificar os gatilhos que os levam ao hábito de fumar e que o sedentarismo pode contribuir com o vício:
“Não há apenas um caminho para evitar os gatilhos que levam ao hábito de fumar. Cada paciente deve indicar quais são seus gatilhos específicos e buscar evitá-los. Assim, mudar a rotina, inserir alguma atividade no horário em que mais aparece a vontade de fumar, pode ser benéfico. Ou seja, para cessar o tabagismo, uma série de hábitos precisam ser revistos. Nesse sentido, abandonar o sedentarismo pode contribuir para a cessação do tabagismo.”
Drª Carolina Nunes é uma das colaboradora do projeto “Tabagismo em pauta” (Foto: Arquivo Pessoal) |
Uma das ferramentas mais indicadas pelos especialistas para quem está na luta contra o cigarro é a prática de exercícios físicos, que, aliados a outros hábitos saudáveis, são fundamentais no processo de abandono do hábito de fumar. O Fisioterapeuta Brenno Carvalho fala sobre a importância dos exercícios para quem está no processo:
“A atividade física é uma das principais ferramentas que indicamos para controlar a abstinência causada no processo de abandono do cigarro. Quando uma pessoa fuma, seu organismo tem a sensação de prazer, algo que também acontece quando faz exercícios físicos, o que faz com que ela sinta menos necessidade de fumar”, informou o profissional.
Brenno destaca que a prática de exercícios físicos é importante para quem quer parar de fumar (Foto: Arquivo Pessoal) |
O estudante Lucas Neiva, de 26 anos, relata que parou de fumar, após longo período, por questões financeiras e de saúde e que precisou readaptar sua rotina.
“As maiores dificuldades foram na readaptação, pois o cigarro já estava atrelado à forma que eu fazia algumas coisas no meu dia, como nos intervalos de descanso durante as atividades diárias. Isso também ficou associado à dificuldade em parar com os últimos cigarros. Mas com o tempo consegui.”
Lucas também destacou que a prática de esportes serviu como incentivo no processo e que foram importantes fatores nessa luta.
“Fazia atividades esportivas como basquete e futebol. Senti que com o passar do tempo fui melhorando o condicionamento físico e isso era um incentivo para continuar a cortar os cigarros definitivamente.”