PESQUISAS APONTAM QUE CRIANÇAS QUE JOGAM VIDEOGAME DESENVOLVEM HABILIDADES MAIS RÁPIDO

Resolução de problemas, melhora cognitiva, raciocínio lógico e compreensão de espaço fazem parte da lista de aprendizados

Por Guilherme Nery (5º período)

Minecraft – Foto: Reprodução

 

Nos últimos anos, os videogames se tornaram uma fonte de conteúdo para aprendizado, pesquisas e entretenimento para crianças, jovens e adultos. Na infância, o jogo traz benefícios que vão além dos jogos, como: iniciativa e autonomia; atenção e concentração; competências e habilidades motoras; senso de equipe e participação coletiva; tomada de decisões; criatividade; cooperação e colaboração. A brincadeira de criança também é importante para o desenvolvimento.

Um estudo feito pela American Psychological Association (APA) aponta que jogar videogame pode impulsionar o aprendizado das crianças, a saúde e a habilidade de socialização. Para Débora Barreiros, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, em Madureira, os jogos possuem inúmeras potencialidades e promovem importantes aspectos do desenvolvimento e da aprendizagem.

Outra possibilidade de adquirir conhecimento através dos games é aprender outras línguas, principalmente o inglês, pelo fato de a grande maioria dos jogos virem dos Estados Unidos. As crianças têm um contato maior e mais fácil com outro idioma enquanto jogam do que frequentando cursos. “Por muitos jogos estarem em inglês, existe um incentivo à aprendizagem da língua para fazer uso dos recursos. Crianças, mesmo antes de desenvolverem o processo de leitura e escrita, usam inúmeras ferramentas presentes nos jogos”, pontua Débora.

Manuella Stael dos Santos Cardoso, de 7 anos de idade, joga PK XD e Toca Life World com frequência no tablet e tem contato constante com o inglês, além de interagir com outras crianças, pelo fato de um deles ser online. “Muitas coisas em inglês que ela fala é devido aos joguinhos do tablet sim”, afirma a mãe, Priscilla Stael Neves dos Santos. “Ela joga em torno de uma a duas horas por dia”, complementa.

Manuella Stael aprende e se diverte jogando no tablet - Foto: Priscilla Stael Neves dos Santos

“Muitos se perguntam como elas conseguem. Simplesmente porque elas não tem medo de errar! O videogame permite tentar, errar, aprender e superar os desafios”  - Débora Barreiros, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, em Madureira.

O tempo que uma criança pode passar jogando é um dos principais motivos de preocupação entre os pais. Uma pesquisa realizada na Espanha aponta que até no máximo duas horas de jogo trazem benefícios, um tempo além disso pode acarretar problemas sociais, perturbação do sono e irritabilidade: Como sempre costumo mencionar, o problema não é o jogar, mas o tempo de uso. Tudo em excesso gera prejuízos, por isso aconselha-se um uso orientado do jogo”, afirma Débora Barreiros.

“Várias pesquisas indicam um limite entre uma a duas horas de videogame por dia. Sabemos que a realidade acaba sendo muito mais horas e pode realmente afetar a dinâmica familiar e social”, afirma a pedagoga.

As crianças que jogam videogame costumam desenvolver um aprendizado um pouco mais rápido que as demais, colaborando com o aumento da atenção aos estudos e em interações sociais: “Posso dar o exemplo do meu filho que joga Minecraft e FIFA/PES desde os 4 anos”, afirma Débora Barreiros. “Hoje, Heitor tem 8 anos e ampliou a sua aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento, potencializado pelo uso do videogame”, complementa.

O processo de “gamificação” no ensino escolar é um tema recorrente. A ideia consiste em permitir que os alunos aprendam com mais facilidade disciplinas como matemática, geografia, história, língua portuguesa e inglês jogando em sala de aula, junto dos colegas e dos professores. Estimulando e mobilizando o aluno a aprender, falando a linguagem dele a partir dos jogos, potencializa-se a aprendizagem. “Tanto os jogos educacionais quanto os eletrônicos/digitais promovem uma série de estímulos, o feedback imediato; o trabalho inter/multidisciplinar; a aprendizagem significativa e colaborativa; aprendizagem de regras e condutas; aprendizagem sócio emocional, dentre outros aspectos”, finaliza Débora.


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