França e Argentina irão estrear nos primeiros dias da competição.
Por: João Gimene (sexto período) e Brendon Libaino (quarto período)
Grupo A - Catar, Equador, Senegal e Países Baixos
Senegal é a seleção africana mais cotada para avançar para a fase de mata-mata da Copa. Atual vice-campeã africana, derrotaram a seleção do Egito na fase final das eliminatórias africanas, num confronto direto que repetiu a final da última Copa Africana de Nações. O time conta com o atacante Sadio Mané, do Bayern de Munique-ALE, além do zagueiro Kalidou Koulibaly e o goleiro Edouard Mendy, ambos do Chelsea-ING como destaques. "Os Leões de Teranga" prometem surpreender no Catar.
A Holanda volta a se classificar para a Copa após ficar de fora na edição de 2018, realizada na Rússia. 3 vezes vice-campeã mundial, a seleção tenta repetir as boas campanhas assim como fez em 1974, 1978 e 2010. O principal jogador do time é o atacante Memphis Depay, do Barcelona. Além de Depay, os holandeses contam com o meia Frenkie De Jong, do Barcelona, e o zagueiro Virgil van Dijk, do Liverpool.
O Catar gera curiosidade por ser o país-sede e entra como azarão no grupo. Campeão asiático em 2019, gera expectativa para medirmos como anda a evolução do futebol no país. A seleção faz o jogo de abertura contra o Equador no dia 20 de novembro, às 13:00 (Horário de Brasília).
O Equador chega na copa integrando a lista das seleções emergentes que podem ir longe. Os equatorianos conseguiram a última vaga direta nas eliminatórias sul-americanas com a quarta colocação, acumulando 26 pontos. Será a quarta participação de "La Tri" em mundiais. As outras participações foram todas neste século, em 2002, 2006 (melhor campanha chegando nas oitavas de final) e 2014. O principal destaque do time é o atacante Enner Valencia, atualmente no Fenerbahce, da Turquia, time treinado por Jorge Jesus, ex-Flamengo.
O jornalista Taynã Melo, responsável por cobrir futebol internacional pelo Esporte News Mundo, acredita que será um grupo bem disputado. “O primeiro grupo será muito interessante de se acompanhar, pois os Países Baixos têm um jovem plantel que está sendo muito bem treinado por Louis Van Gaal, além de Senegal com sua qualidade técnica e Equador sem grande brilho individual, mas coletivamente muito difícil de se enfrentar. O Catar não tem tradição no esporte, porém investiu bastante desde que foi anunciada como sede para ir bem na Copa do Mundo, e pode incomodar um pouco as seleções mais fortes desse grupo”.
Grupo B - Inglaterra, Irã, Estados Unidos e País de Gales
Os ingleses chegam ao Catar procurando manter o nível de desempenho da última copa quando foram semifinalistas e contam com uma geração jovem de jogadores como Phil Foden, do Manchester City-ING; Mason Mount e Raheem Sterling, ambos do Chelsea-ING e a grande estrela, o atacante Harry Kane, do Tottenham-ING. Quarta colocada na copa de 2018 e vice-campeã europeia, sem dúvidas ocupa a prateleira de cima no ranking de favoritas para levantar a taça do mundo.
Os Estados Unidos retornam ao Mundial após o hiato de 2018, quando ficaram de fora da competição. Os norte-americanos se classificaram na terceira colocação das eliminatórias da CONCACAF, tendo uma participação irregular. O principal destaque da equipe é o meia Christian Pulisic, do Chelsea-ING. Outros nomes de destaque são o lateral Sergiño Dest, do Milan-ITA, o meia Weston Mckennie, da Juventus-ITA e o meia Giovanni Reyna, do Borussia Dortmund- ALE. O futebol local está consolidado e a seleção procura retomar a regularidade na participação em mundiais.
O Irã foi a primeira seleção asiática a confirmar a vaga para a Copa do Catar, ficando na frente da Coreia do Sul no grupo A da terceira e última fase das eliminatórias. A seleção chega ao Catar em meio a onda de protestos motivados pela morte de uma jovem, Mahsa Amini, de 22 anos, que alavancou uma revolta nacional contra o governo. O principal destaque do time é o atacante Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen - ALE, que foi o artilheiro da seleção durante as eliminatórias, com 10 gols.
País de Gales volta a disputar uma copa após 64 anos. A última participação havia sido em 1958. Os galeses chegaram nas semifinais da Eurocopa de 2016 e conseguiram a vaga para o Catar após derrotarem a Ucrânia na repescagem. O principal destaque da equipe é o atacante Gareth Bale, que joga atualmente no Los Angeles FC, dos Estados Unidos. O time é jovem e é um dos cotados para brigar por uma vaga na segunda fase.
Taynã acredita que a segunda vaga estará em disputa neste grupo. “A Inglaterra é a grande favorita do grupo, mesmo sendo rebaixada na Nations League. Estados Unidos com sua instabilidade terá que mostrar um futebol que até agora não veio, enquanto o Irã pode ser uma surpresa com o retorno de Carlos Queiroz no comando técnico. País de Gales tem um elenco muito envolvido e comprometido durante esse ciclo da Copa, e sem dúvidas Gareth Bale pode ser o grande diferencial para o selecionado avançar de fase”- afirma o jornalista.
Grupo C – Argentina, Polônia, México e Arábia Saudita
A Argentina chega como a forte candidata desse grupo e está invicta há 35 jogos sem perder. O jornalista, Taynã Melo, comentou sobre como chega a seleção argentina.
- A grande sequência invicta da Argentina é explicada pelos bons e importantes resultados obtidos. A sintonia entre Messi e Scaloni ajudou a nortear o ciclo para o Mundial do Qatar. Em seguida, o bom entendimento entre os convocados, aliado ao bom momento que vivem em seus determinados clubes são razões para o sucesso da seleção. Também é importante citar a conquista da Copa América em 2021. Embora haja a pressão para retomar a hegemonia mundial após 36 anos, tirar um longo jejum sem conquistar títulos foi importante para ter mais leveza. Em relação a 2018, a Argentina chega muito melhor e mais forte – comentou Taynã
Na concepção do jornalista, a Argentina é a favorita do grupo e avalia que Polônia e México irão brigar pela segunda vaga. ‘Eu vejo a Argentina como favorita e tende a ficar no primeiro lugar, mas com jogos duros diante do México e da Polônia. A Arábia Saudita corre por fora, em qualidade técnica está abaixo de seus concorrentes e não vejo surpresas por parte da seleção do Oriente Médio. Avalio a disputa entre mexicanos e poloneses como a que irá destacar na primeira fase. Seleções com potencial, jogadores de qualidade em que a receita é conhecida: tentar surpreender a Argentina, não perder pontos para a Arábia Saudita e vencer no confronto direto’.
Grupo D - França, Dinamarca, Austrália e Tunísia
A França chega nessa copa para defender seu título e afastar a ‘maldição’ do atual campeão; as últimas três campeãs do mundo foram eliminadas na primeira fase da edição seguinte, Itália (2006/2010), Espanha (2010/2014) e Alemanha (2014/2018). Para Taynã, os atuais campeões mundiais chegam mais enfraquecidos do que em 2018.
- Em 2018, poderia fazer muito bem uma segunda seleção francesa apenas com jogadores que não foram convocados por escolha de Didier Deschamps. A França tem muitos talentos e, apesar de perder peças consideráveis, não vejo um desastre. Não a considero tão forte a ponto de brigar pelo título porque as ausências já confirmadas podem fazer a diferença em um momento decisivo, mas não vejo os gauleses sucumbirem para Austrália e Tunísia – ressaltou o jornalista
O setorista de futebol internacional destacou que a Dinamarca pode ser a grande surpresa dessa Copa do Mundo após boa participação nas eliminatórias e Euro. ‘Dinamarca tem tudo para ser uma Bélgica ou uma Croácia na Copa do Mundo deste ano. Tem um time muito bem encaixado, avassalador nas Eliminatórias Europeias e eliminado na semifinal da Euro com muita polêmica diante da Inglaterra. Talvez seja o melhor momento dos dinamarqueses e acredito piamente que será a grande surpresa no torneio, com a grande oportunidade de superar a lendária "Dinamáquina" dos anos 1990’. Além disso, acha que são improváveis as classificações de Austrália e Tunísia.
- Tudo pode acontecer, mas, em condições normais, são seleções em nível abaixo das outras duas. França, mesmo com os desfalques, tem potencial para liderar o grupo. A Dinamarca até pode terminar no primeiro lugar, mas a diferença entre os europeus se aplica ao grupo. Com desfalques, vejo os nórdicos mais abaixo. A Austrália não vive a melhor fase, poderia ter obtido um desempenho melhor nas Eliminatórias Asiáticas e sofreu, tanto na repescagem asiática como na intercontinental, para estar presente na Copa. A Tunísia foi outra seleção que aproveitou um erro individual de Mali no início do primeiro jogo da repescagem africana para se classificar. O amistoso contra a Seleção Brasileira mostra que o potencial tunisiano é muito aquém, até mesmo em outras seleções do continente que foram eliminadas – complementou Taynã