No Dia do Nordestino, mulheres falam do orgulho de pertencer a um povo batalhador
Por: João Gimene (sexto período)
Adineusa guarda lembranças da Paraíba (Foto: João Gimene)
Dia 8 de outubro é uma data especial para o povo de uma região do Brasil, pois se trata do Dia do Nordestino. A data comemorativa foi criada em homenagem ao compositor, cantor e poeta, Antônio Gonçalves da Silva, popularmente conhecido como Patativa do Assaré, sendo oficializada como lei em 2009, em São Paulo.
O Nordeste é a região do país que mais possui estados (10), Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Para Adineusa da Silva (68), de Juripiranga, na Paraíba, mas que mora no Rio de Janeiro desde que era jovem, essa data representa muita coisa, pois é muito comemorada com comidas e danças. ‘O nordestino tem muito orgulho de onde veio, aqui a gente comemora também, mas se pudesse pegava um avião rapidinho pra lá’.
Adineusa trabalha como ambulante em Bangu desde que chegou ao Sudeste e fez questão de ressaltar o quanto o povo do Nordeste é batalhador. ‘O povo lá é muito trabalhador, só vem prá cá porque precisa do trabalho, de emprego, aí infelizmente tem que procurar emprego na cidade grande, mas a gente gosta muito do nosso cantinho lá’. A paraibana comentou as diferenças sobre seu local de criação e da moradia atual.
- Lá tem mais festividade, o forró, as crianças brincam mais e não tem a violência como aqui. A comida também tem muita diferença e é uma delícia, manteiga de garrafa, tapioca muito bem feita, batata doce, jerimum, muito diferente daqui – acrescentou Adineusa.
Irmã de Adineusa, Penha (71), também é paraibana e trabalhou desde cedo como ambulante, além de ter seu brechó. Para ela, essa data representa muito e que o povo do Nordeste não se intimida com preconceito. ‘Esse dia pra gente é muito importante porque o pessoal de lá rala muito e também a gente sofre muito preconceito, quando eu vim pra cá trabalhar eu sofria muito, mas nunca abaixei a cabeça. O nordestino é duro na queda e não tem vergonha de dizer da onde veio’.
- Eu sinto falta da festa que tinha lá, do São João, o forró, lá na Paraíba o povo é muito mais forrozeiro - complementou Penha.