No dia 11 de setembro de 1973, a força aérea chilena atacava a Rádio “Corporación”, emissora sindical e principal porta-voz do até então presidente que estava em seu 3º ano de mandato: Salvador Allender. No respectivo atentado, foram lançados uma série de foguetes contra a emissora, além de um verdadeiro cerco por militares no palácio La Moneda.
A ação do bombardeio e cerco ao palácio, foi comandada pelo então general Augusto Pinochet, que sob a influência do “Macartismo” americano e o apoio de grupos dissidentes insatisfeitos com a gestão de Allender, buscava destituir qualquer forma de representação democrática do Chile.
Durante a ação golpista dos militares, Allender se pronunciou dizendo que não iria renunciar e se entregar. Armado com um fuzil e um capacete, o presidente bradou: “Pagarei com minha vida a defesa dos valores que são caros a esta pátria”. Após o cerco, Allender foi encontrado morto no segundo andar do palácio. Apesar de ser um fator emblemático para história do Chile, durante décadas, não se soube o motivo do óbito: se o mesmo cometeu suicídio ou foi morto pelas tropas comandadas pelo general Pinochet. Somente 4 décadas, em 23 de maio de 2011, que foi quebrado o mistério, quando os restos mortais do ex-presidente foram analisados por legistas. A conclusão da autópsia foi unânime para os peritos, a causa da morte trata-se de uma ação autocida.
Allender que havia sido eleito pelo povo chileno, sonhava com um regime político que traria uma sociedade menos desigual. Em pouco tempo, buscou implementar uma série de reformas de base no país, tais como: uma relativa reforma agrária, nacionalização das indústrias e até mesmo um programa de previdência social. Com isso, uma parcela da elite chilena junto a grupos conservadores da sociedade chilena, buscavam minar a gestão de Allender: de estocar produtos que deveriam chegar para as áreas urbanas, a fim de criar um clima de não-abastecimento; até a ação golpista de Pinochet.