OS DESAFIOS DO PROFISSIONAL DE IMPRENSA NO BRASIL

Estudos mostram que o país está em situação preocupante, quanto à liberdade de imprensa

Por Matheus Martins - 7º período e Victor Coelho - 1º período


No dia 3 de Maio é celebrado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A data reforça o direito de livre informação e da importância do exercício da democracia, assim sendo a liberdade de imprensa uma das bases para o bom funcionamento do Estado democrático. Nos últimos anos, o tema vem chamando atenção, por conta do aumento dos ataques à profissionais de Imprensa no Brasil.


Segundo relatório anual publicado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), em 2021 o Brasil entrou na “zona vermelha” do Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa e ocupa a 111ª posição entre 180 países, o que representa um agravamento em relação aos anos anteriores.


Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa (Imagem: Repórteres sem Fronteiras)


Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), o cenário atual é preocupante:

‘’É muito triste que a gente esteja nessa zona vermelha de atividade de imprensa, junto com outros países que têm algum tipo de governo autocrático. Nós achamos que esse mapeamento sinaliza muito claramente o momento que a gente está vivendo no Brasil. E infelizmente a gente teme que isso piore.’’, disse Katia Brembatti, jornalista da ABRAJI.

 

A situação é alarmante, pois o livre exercício do jornalismo é de vital importância para o funcionamento de um estado democrático, e infelizmente vem sendo ameaçado. O repórter da TV Globo, Rogério Coutinho relata que já sofreu com ataques enquanto estava trabalhando:

“Já passei por esta situação e posso dizer que é muito constrangedor e decepcionante. Sofri com ataques verbais diversas vezes, enquanto trabalhava, principalmente quando estava noticiando algumas restrições impostas pelas autoridades durante a pandemia. Os agressores utilizavam palavras de baixo calão para me ofender e desqualificar o meu trabalho.", afirmou o repórter.

 

Rogério Coutinho, durante gravação para a Rede Globo. (Imagem: Arquivo Pessoal)

O repórter ainda ressaltou que, apesar de não ter sofrido nenhum tipo de agressão física, os ataques verbais também ferem os princípios da liberdade de imprensa:

“As agressões, que são sempre verbais, não me causam medo, mas me incomodam pelo constrangimento e pelo fato de que sempre buscam desqualificar meu trabalho. O agressor não sabe o que o Jornalista passou para estar trabalhando e o quanto batalhou para se qualificar. Não estamos ali para agradar um determinado grupo e nem para sermos engraçados. Jornalista tem que relatar o que está acontecendo.”, declarou Rogério.


A ABRAJI mantém o combate a favor da liberdade de imprensa enviando comunicados aos representantes locais, sempre cobrando da polícia ou de algum órgão público uma investigação adequada quando o profissional de imprensa sofre algum tipo de agressão. Além de uma série de medidas de treinamento de jornalistas de como se portar em manifestações, como tentar evitar casos de ataques através das redes sociais. Há uma série de iniciativas para tentar lidar com esse cenário crítico de liberdade de imprensa que o país se encontra.

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