Algo que havia sido teoricamente superado no Brasil, a inflação e a fome pioram a cada dia a qualidade de vida das pessoas no país. Desde 2015, vivemos uma situação completamente desconfortável. E a pergunta que não quer calar: isso tem solução?
Por Rafael Bahia e Rodrigo Lucas
(Foto: Agência Brasil)
Nos anos 80, o Brasil passava por um processo conturbado de
redemocratização, com o fim do regime militar, o país teve uma explosão de
partidos. Além disso, o primeiro presidente após a ditadura, Tancredo Neves,
faleceu - com isso, assumiu a presidência o seu vice, José Sarney. O Brasil
sofria uma inflação descontrolada, dívida externa com Fundo Monetário
Internacional, e indústria pouco defasada. Nesse período, por vezes, alimentos
e carnes dobraram de preço de mês a mês; em alguns casos até mesmo de um dia
para outro.
Com isso, o então presidente estabeleceu uma série de
medidas para frear o avanço da hiperinflação. Um dos principais programas
estabelecidos foi o chamado Plano Cruzado, que congelou o preço de todos os
produtos no ramo do varejo e antecipou o salário mínimo, a fim de estimular o
consumo. Entretanto, o plano de Sarney foi um grande fracasso, nove meses após
a implementação do plano, a inflação retomou em 337%, o consumo cresceu, mas a
produção do que a população geral fazia usufruto não estava dando vazão.
Nos açougues e mercados, diversos produtos que vão à mesa
passaram a faltar. Com isso, diversos empresários do ramo alimentício passaram
a estabelecer uma prática ilegal chamado ágio, que nada mais é que vender o
produto super faturado (além da inflação que já era alta). Em outras palavras,
o país se encontrava em crise.
Atualmente, vivemos uma situação parecida com a dos anos 80,
a inflação no último mês marcou 10,25%, o real se tornou uma das moedas que mais
se desvalorizou frente as outras, o povo vai atrás de restos de ossos de carne
para poder se alimentar, enfim, um caos completo. Muitos vão dizer que foi
culpa da pandemia da Covid-19 que agravou a economia mundial, pode até ser, mais
o maior culpado talvez seja a ortodoxia que rege nosso país e não deixa que a
nossa população possa crescer.
Tivemos um pequeno crescimento entre 2003 e 2013 que iludiu
pessoas, onde elas achavam que a nossa economia estava bombando, sendo que na
verdade a gente estava apenas vivendo o bom momento das comodities no exterior
e aproveitando o momento de crise nos EUA e Europa durante os anos de 2008-10. Não podemos negar que este talvez tenha sido
um dos melhores momentos da república nacional, a população cresceu, começou a
comprar mais e movimentou o mercado, porém não podemos continuar vivendo de
voos de galinha que a gente dá de vez enquanto.
O que a gente precisa fazer é enfrentar a ortodoxia e a
elite econômica e investir na erradicação da fome e do analfabetismo, para que
o povo brasileiro possa sair da situação que está atualmente, claro, não se esquecendo,
a gente precisa tirar aqueles que desdenham da própria população que os colocaram
lá do poder, aliás, isso já era para ter sido feito ontem ou anteontem.