Por: Mari Martins
Nos anos 2000 fomos beneficiados com as consequências dos avanços tecnológicos, entramos em uma era digital marcada principalmente pela facilidade de interagir e encontrar pessoas ao redor do mundo e em tempo real. Passamos a ser usuários e consumidores assíduos dessas plataformas on-line, principalmente das redes sociais.
O bullying, prática que acontece entre pessoas da mesma faixa etária, principalmente jovens e adolescentes, é caracterizada por agressões físicas e psicológicas contra uma determinada vítima ou grupos. Hoje, esses ataques tiveram sua evolução, na “terra sem lei” que chamamos de internet, conhecidos como cyberbullying.
O cyberbullying ultrapassa todos os parâmetros e fronteiras, sendo praticado por indivíduos de qualquer idade, gênero, classe social e principalmente por perfis fakes que na maioria das vezes não são identificados. Problemas psicológicos, de convivência, síndromes do pânico e até mesmo o suicídio, são consequências desses atos. Não existe um motivo específico para que você seja vítima, pode ser a forma como você se veste, a cor do seu cabelo, posicionamentos políticos ou até mesmo por não gostar de alguma música ou artista.
Uma das maiores plataformas de mídias sociais do mundo traz uma irrealidade da vida para os seus usuários, onde a aparência é a principal forma de conteúdo e em sua grande maioria, fictícia. Com mais de um bilhão de usuários assíduos, o Instagram é considerado a rede mais tóxica e a mais prejudicial à saúde mental de acordo com estudo feito em 2017 pela entidade de saúde pública do Reino Unido.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-40092022
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) o Brasil lidera o ranking de país com pessoas mais ansiosas, cerca de 9,3% da população, atingindo mais de 260 milhões de Brasileiros. Atualmente são registradas mais de 11 mil mortes por ano no País por suicídio e 96,8% dos casos tem relação com transtornos mentais.
Setembro Amarelo
Sua origem vem junto com a história de Mike Emme, um jovem de 17 anos que se suicidou em 1994. Na época, seus amigos e familiares não perceberam que o rapaz estava passando por sérios problemas psicológicos e não conseguiram prevenir a sua morte. Aparentemente saudável, ele estava restaurando um Mustang de cor amarela, mais conhecido como “Mustang de Mike”. No seu velório foram distribuídos fitas e cartões amarelos com a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”.
A fita amarela foi escolhida como símbolo do Movimento mundial de conscientização contra a depressão e suicídio, que foi instituído em 10 de setembro de 2013 pela Organização Mundial da Saúde, e dando início as práticas no Brasil em 2015 com a união entre o CFM (Conselho Federal de Medicina), o CVV (Centro de Valorização á vida) e o ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
É importante buscar ajuda e estar atento com as pessoas que estão ao nosso redor, principalmente com mudanças repentinas de hábitos e comportamentos.
A melhor alternativa é procurar a ajuda de profissionais, adultos e pessoas de confiança que estão por perto. Ninguém está protegido, há uma contínua exposição, é preciso tomar cuidado e estar consciente que, independente do ambiente virtual ao qual se está inserido, qualquer pessoa pode ser vítima dessas práticas.
A prevenção não é apenas no mês de setembro, mas sim todos os dias. Se você tem algum tipo de intenção ou pensamento suicida, busque ajuda médica ou ligue para o 188. Todas as vidas importam.